quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Como o Padre Cué em Sevilha quando visitou el Jueves para encontrar um Cristo, já que era grande apreciador de ícones de Santos, também eu entrei num antiquário deixando que meus olhos percorressem a seu bel prazer todas as velharias ali expostas. Por curiosidade peguei num livro velho, já sem capa, com folhas rasgadas e cheio de pó. Parecia querer dizer "que saudades dos meus velhos tempos em que mãos suaves me tocavam e as minhas folhas cheiravam a papel novo. Abri ao acaso, e o acaso me levou para a página do AMOR:

Não vês como eu sigo
teus passos, não vês?
O cão do mendigo
Não é mais amigo
Do dono, talvez!

Ao pé de uma fonte
No fundo de um vale,
No alto de um monte
De vasto horizonte
Sem ti estou mal!

A pomba que abraça
no ar o seu par,
E a nuvem que passa
Não tem essa graça
Que tens no andar!

Eu amo-te, e sigo
Teus passos, bem vês!
O cão do mendigo
Não é mais amigo
do dono talvez!

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