segunda-feira, março 27, 2006




GÉRBERAS COR CHAMPAGNE E

MOZART.

Ergo a minha taça para brindar à música inesquecível que Mozart deixou para delícia dos nossos sentidos. Sim, porque ela nos percorre de lés a lés. Todo o nosso ser se contagia pela beleza dos seus acordes, ritmo, leveza e tudo o mais que, só a boa música é capaz de despertar em nós, seres inteligentes e sensíveis a tudo que é belo. Também é digna de nota a biografia do mestre que nos deixou há já 250 anos. Como a maioria das pessoas sabe, tudo nele desabrochou na tenra idade. Infelizmente até a morte no-lo roubou aos 34 anos, quando não devia. Muito ficou por fazer. É difícil acreditar que, aos três anos de idade, só 36 meses de vida, tenha ele começado a ser considerado executante e aos 5 já compositor! Era um pequeno mestre austríaco que enfrentava grandes plateias e empreendia "tournées" que sempre acabavam em grandes triunfos. Era exigente consigo e com quem com ele trabalhava. Chegava mesmo a ser sarcástico nas suas críticas!

Como estudante era exemplar, atento e trabalhador. Helen Kaufman diz que, e estou plenamente de acordo, os jóvens deviam ler a biografia deste grande músico, assim como a de outros grandes homens que ficaram famosos, mesmo noutros campos da ciência, não só porque daí tiraríam exemplos úteis para as suas vidas, mas também porque os bons exemplos escasseiam demais nestes dias tão conturbados da nossa existência onde parece que só o mal impera. E as nossas crianças! Infelizmente, estão expostas a ele, o mal, por força das circunstâncias. Vejam-se, como exemplo, os desenhos animados que invadem as nossas casas a toda a hora, apresentando imagens desprovidas de qualquer beleza, figuras terríveis que amedrontam até os adultos! Ah! Grande Walt Disney por onde andas tu?

Voltando porém ao tema principal desta nossa conversa, Mozart, há ainda muito que gostaria de partilhar contigo,meu velho e querido amigo de longa data... Por acaso sabias que antigamente não se falava em piano mas sim em cravo? E sabias também que era o próprio pai do nosso jóvem músico que lhe dava lições, assim como à irmã, uns aninhos mais velha do que ele? É encantadora a biografia de Wolfgang! Havia um grande respeito entre o pai e os filhos. Bons velhos tempos!!!

Certo dia, terminada a aula da irmã, o pequeno futuro Mozart gostou tanto do que a irmã tocou que disse: Agora eu, agora eu! Cresce e aparece, lhe deve ter dito provavelmente o pai, ao mesmo tempo que não escondeu a sua admiração com a atitude do filho que nem sequer chegava ainda às notas do cravo.

maqira

domingo, março 12, 2006

Para onde irá esta meia viatura a correr desta maneira? Será que vai para Forjães? Com a pressa até perdeu a outra metade!!!


maqira
"MANHÃ DE NOVEMBRO"

A estação do ano que, muito lentamente, se está despedindo deste lado do globo em que as minhas raizes foram criadas e se desenvolveram, como que em jeito de despedida, resolveu "brincar" com esta que se te dirige. Uma rajada de vento, por acaso não muito forte, o que achei simpático da parte do elemento , veio direita a mim juntamente com um pequeno pedaço de papel quadrado que, em movimentos graciosos mas apressados resolveu aterrar junto dos meus pés. Por curiosidade, peguei e olhei. Ali estava um poema, "Manhã de Novembro", sem autor, poema húmido e enevoado, triste, frio, com vento, com chuva... Como sabia o vento que me presenteou com este poema triste mas belo que eu tinha uma ligação forte com Novembro? E porque veio ter comigo em Março? É para mim um mistério como misteriosos são também os sonhos!

Começa assim:

Que manhã de Novembro triste e fria!
Gemia o vento...o chão todo molhado...
Era tudo cinzento enevoado,
naquela hora amarga em que eu partia...

O céu também chorava nesse dia...
a terra tinha o ar atribulado
de alguém que padecesse abandonado
na hora derradeira da agonia!

Meu Deus! Em tudo havia uma tristeza,
um desconforto enorme, uma frieza,
que doutra semelhente não me lembro!

Que mão secreta havia destinado
ficar meu coração amortalhado
nas brumas desse dia de Novembro?...

sexta-feira, março 10, 2006



Sou tímido mas feliz
tenho amor, sou bem tratado!
Desde que fui a Paris
Já nem sou envergonhado!

quinta-feira, março 09, 2006


09.03.2006

O Dia da Esperança



Portugal viveu hoje um dia grande. Chamar-lhe-ia o dia da ESPERANÇA porque ela entrou, creio, em todos os corações, mesmo naqueles que, às vezes, e por sistema, se recusam a ser optimistas. E, como pode alguém viver sem esperança? Até a AR se tornou num lugar belo, cheio de gente importante, de todos os credos políticos, e o próprio hemiciclo, visto de perspectiva, mais parecia uma bela meia romã cheia de cor e sumo. Não consegui tirar os olhos do ecrã da TV e, o que vi fez-me sentir feliz, e até um pouco importante. Afinal, apesar de sermos pequeninos, de estarmos quase a cair no Atlântico a ponto de desaparecermos para sempre nas profundesas das águas imensas que alagam toda a nossa costa a ocidente, somos também um País que, além de belo e cheio de história, há-de crescer, há-de ver seus problemas resolvidos, se todos para isso se unirem, se as classes mais favorecidas fizerem da partilha o seu lema de vida, até que haja mais justiça, menos infelicidade, mais igualdade. Será um passo bem positivo, a igualdade de oportunidades para todos. É justo. Havemos de ver a crise desaparecer, ao longe, como uma núvem que se esvai. O Farol de Alexandria representa aqui o que desejo ao nosso novo Presidente, em quem coloco toda a minha confiança. Assim como o Farol consegue manter-se de pé contra ventos e marés, nada o derruba, assim o novo Presidente de Portugal, consiga também, ele próprio, ser capaz de aguentar as pressões que lhe hão-de chegar de todos os lados. Infelizmente assim é. Por outro lado, e aqui entra a tal Esperança, também encontrará a compreensão, o sentido de fraternidade e a ajuda daqueles que com ele trabalharão para bem de todos neste novo Portugal.

quarta-feira, março 08, 2006

No DIA DA MULHER, mais uma história de amor.

Heloisa e A
belardo

Mais uma daquelas histórias que despedaçam corações.
Teremos de calcorrear muitos anos para trás no tempo para chegarmos ao local, na antiguidade, onde tal amor aconteceu.
- Era o jovem Abelardo conhecido, nesses tempos, como príncipe dos filósofos. O adro da Catedral de Notre Dame, na França romântica, era o local por ele escolhido para se dirigir aos que o escutavam e que eram muitos mais do que simples dezenas. Em breve começou a ter fama de sábio. Adorava a sua filosofia. Era no tempo em que os nobres contratavam preceptores para ensinarem os filhos, e a fama de Abelardo chegou aos ouvidos do tio de Heloisa. Má hora, triste sina, pois que este seria o ponto de partida para mais uma história de amor fadada para terminar tragicamente. Era Heloisa ainda uma criança, linda como as crianças! Quando Abelardo nela pousou seu olhar, ficou atónito pela sua juventude e beleza. Um jovem e sábio professor e uma jovem e bela aluna. Antes que corresse o boato do encantamento entre os dois, já Heloisa tinha aprendido as línguas que nesse tempo, por costume,se ensinavam. A par das línguas aprendera Heloisa também o amor.
Casaram em segredo, para desespero do tio ao tomar conhecimento do sucedido. Heloisa, porque amava muito Abelardo, procurou refúgio num convento para que seu amado pudesse continuar seus estudos. A sua relação com o tio tinha sido severamente afectada. A apreensão de Abelardo não esmoreceu mesmo assim e, na verdade, o que aconteceu a seguir provou que a sua apreensão se justificava. O tio de Heloisa manda que dois marginais se introduzam no quarto de Abelardo, pela calada da noite, para lhe infligirem uma terrível e cruel mutilação. Isto leva-o a entrar para o convento onde, mesmo com tão pesado desgosto em seu coração e em sua alma, continuou a estudar. Por seu lado, também Heloisa, ficou para sempre no convento, onde murchou como murcham as flores, e aí morreu. Separados na vida, acabam, porém, juntos na morte. Numa mesma sepultura onde finalmente puderam amar-se no segredo escuro da última morada.

domingo, março 05, 2006


Os meninos do sec. XXI.

Grandes homens em perspectiva.

**04-03-06**
M. G. Q. R. P. P. C.

A roda da vida gira,
Passam os meses,lentos,
Mais um ano acontece,
E a jóvem "envelhece"...

No decorrer desses tempos,
Nascem desejos e sonhos,
E vivem-se os desejos,
E sonham-se os sonhos...

Que tudo de bom aconteça, E seja para ti um Norte,
É tudo o que te desejo, Com este trevo da sorte.

maqira

quinta-feira, março 02, 2006


ACONTECEU COMIGO:

"Nothing is so beautiful as spring

when weeds, in wheels, shoot long and lovely and lush,

Autor: Gerard Manley Hopkins - "SPRING" (poema)

- Devem ter já passado uns bons largos anos desta minha vida, de más e boas recordações (quem as não tem!!!), que as duas frases acima, que são o começo de um belo poema de Hopkins, me marcaram positivamente e para sempre. Trata-se de um momento inesquecível para mim, o qual, de quando em vez me visita no tumulto dos meus pensamentos misturados, em desalinho envergonhado. Foi numa tarde de aulas, num estabelecimento de ensino na cidade onde nasci, que tudo aconteceu. Era costume, nesse estabelecimento, bom por sinal, num certo dia da semana, fazer-se uma espécie de julgamento, em forma de círculo, onde estava presente um só juiz, um "arguido" e as testemunhas de "observação" acomodadas à volta da sala. Devo salientar que éramos só alunos e professor. Nessa tarde fui eu a "arguida". Havia uma cadeira, lá bem no meio, para onde eu tinha de me dirigir e tomar assento. Assim fiz, com os nervos saltitantes, o sangue mais apressado na sua correria louca dentro de mim, e as faces vermelhas que me queimavam. Eu tinha de comentar, na língua de Hopkins, para que todos ouvissem e me julgassem, o poema que acima menciono. Nesse dia, não sei como nem porquê, eu estava inspirada e decidida a fazer figura. As dezenas de olhos pregados em mim, ao invés de me assustarem, tiveram o efeito contrário e, aí vou eu... Que apreciava o poema de Hopkins, porque as suas palavras me faziam VER o que ele descrevia, como o rebentar dos botões da planta, a surgir para a vida, para a natureza, com um movimento que começa dentro do ramo verde para o exterior soalheiro, cheios de beleza e de frescura ainda húmida! A graça e a actividade próprias da estação. Com o calor do sol tudo entra em actividade e alegria. É a beleza de tudo que nasce e que é tenro e que é perfeito. Continuei, dentro deste estilo, com palavras minhas e ao meu jeito. Eis senão quando, ouço um comentário..."Parabéns, você compreendeu exactamente o desejo de Hopkins que era tornar o desabrochar, o mais real possivel". Alguém bateu palmas e... mais palmas se seguiram. Era costume. Era a sentença mais desejada do arguido. Se ele merecia, palmas não lhe faltavam. E eu, nem queria acreditar, eu tinha merecido...

Coisas simples da vida que não esquecemos...

Maqira

PALAVRAS DE SABEDORIA



" o MUNDO em que vivemos está repleto de milagres. São tantos que nem nos apercebemos: um pôr-de-sol, um céu noturno tachonado de estrelas, um pássaro inundando a floresta com seu canto, uma flor abrindo as pétalas ao sol".

" Pondes no solo uma semente e ela começa a abrir caminho para a superfície, lança uma folha, aponta uma haste, desabrocha em flor e amadurece em fruto"


Palavras de H,Thomas

***
É com enorme alegria que volto a partilhar contigo, meu blog, meu espaço amigo silencioso, meu momento de prazer, o tema que, sabes melhor do que ninguém, me apaixona. Tu me "ouves", quase não me criticas, aceitas-me como eu sou, porque me conheces por dentro, pensas comigo, e às vezes até me dizes: "não pares, segue em frente, espreme ao máximo essa tua vontade de esparramares no papel o que te vai na alma, aquilo de que tanto gostas...

E, assim:

- Novamente o Padre Ramón Cué e o seu Cristo:

..."Puedo dar una vuelta por la tienda, solo para mirar, ver...?" Es mi universo encantado de santos, muchos santos, una *liquidación* de santos. Mismo los santos y ángeles son *falsificados*. Hoy, que escasean los ángeles de carne...
Súbito, frente a mí, vi un Cristo sin Cruz pero, disimulé...el anticuario me perseguia y yo no podría manifestar mi interés por aquel objeto... miré al Cristo de reojo... y, claro, no era lo que you buscaba. Este era um Cristo muy roto pero, esta circunstancia me encadenó a Él. Por qué, no lo sé."

Tradução:

Posso dar uma volta pela loja, só para ver...? É um universo encantado de santos, muitos santos, uma *liquidação* de santos. Até os santos e os anjos são
*falsificados*. Hoje, que escasseam os santos de carne...! De repente, à minha frente, vejo um Cristo sem Cruz mas, dissimulei...o antiquário perseguia-me e eu não podia manifestar interesse pelo objecto...olhei para Cristo de soslaio... e, claro que não era o que eu procurava... Este era um Cristo muito partido, danificado, mas, esta ciscunstância atraiu-me a Ele. Porquê, não sei."