Saíamos da Escola depois de um exame solene. Uma espécie de exame de madureza. O juri era composto de 9 espaventosos generais, no seu conjunto, que até nos ofuscavam os olhos.
Chamava-se exame de habilitação, embora habilitasse para coisa nenhuma.
O Cagarreta expunha, nas sebentas, a diferença entre as bombas dos morteiros de alma lisa e as granadas de mão:
" Diga-me a diferença que há entre as bombas e um outro elemento que o senhor sabe qual é".
" As granadas de mão ?".
" Sim senhor: isso mesmo".
E ficou muito contente por ver que eu sabia qual era o outro ELEMENTO.
4 comentários:
Peço desculpa, mas não acredito que seja um texto de memórias suas. Quem é o autor?
Como humor, talvez negro ou mau humor, poderá ser minimamente aceitável. Mas o autor deve ter reprovado em respostas posteriores e quis vingar-se do chumbo!
9 generais em farda de gala para assistir a pergunta tão imbecil só é compreensível em teatro de revista no Parque Mayer!!!
Desculpe a Querida amiga Milai, mas falo assim porque estou convencido de que o seu texto foi transcrito com boa intenção cultural!
Beijinho
João
Meu querido Amigo,
Como poderia um texto escrito em 1880 ser meu se eu ainda andava por outras galáxias. Precisamente, por se tratar de um exame onde é feita uma pergunta tão imbecil, como diz e com toda a razão, que achei que poderia colocar no meu blog uma cena tão caricata onde os Generais se vestiram a rigor como que para fazer parte de um peça teatral, como diz. Ao mesmo tempo, decidi emprestar ao blog um pouco de masculinidade e fugir ao estilo feminino que sempre lhe dou já que sou mulher. Às vezes mudar faz bem. Esta cena tirei-a, de um livro muito velhinho que eu guardo como uma obra de arte por ter sido oferecido, pelo próprio autor a um antepassado de meu marido, médico em Ponte de Lima. Aqui, as minhas desculpas por ter esquecido mencionar o autor já que o próprio o assinou na altura da oferta e a letra é muito difícil de ler. Infelizmente o livro já não tem a capa original mas sim uma feita por mim para o "agasalhar". Aqui vai o nome como o compreendo: A.C.P.T. de Vasconcelos. É um livro que reune só cenas de humor passadas nessa data, tanto na Escola Politécnica de Lisboa como na Escola do Exército. " O Cagarreta era a alcunha do Coronel de artilharia Ribeiro de Almeida, lente de muitas gerações de futuros oficiais de todas as armas que passaram pela Escola do Exército, como alunos", (palavras autênticas do autor).
No meu blog vai encontar um video de músca antiga que lhe ofereço como prenda que simboliza o fim do ano 2007. Não deixe de ouvir, é maravilhosa, sentado para trás no sofá e com os olhos fechados como se estivesse meditando. Não devemos deixar esquecer música tão maravilhosa como esta. Este vídeo e o de Vitor Espadinha, que também tenho no meu blog, e que amo loucamente, são acompanhados por mim a cantar quando o meu amor ao canto me pede para o fazer.
Um beijo de grande Amizade e os meus votos de um 2008 bom a ponto de não mais ser esquecido.
Milai
Amiga Milai,
O meu comentário tinha uma pitada de humor. Esse livro deve ter um estilo das festas de fim de curso em que os alunos caricaturam os mestres, por pequenas ou grande falhas ou lapsos, ocasionais ou frequentes. Era isso que eu pensei e é com essa ideia que deve ser lido.
Recordo a piada dos discursos de Américo Tomás quando se referia à cidade mais alta do País, e dizia outras «grandes» tiradas intelectuais!
Beijinhos
Este delicioso livrinho, velhinho, foi escrito para contar só episódios de humor que se passaram naquelas Instituições, naqueles anos já tão antigos, como diz o João. De vez em quando pego nele mas, só os contos pequeninos posso passar ao papel. Os contos grandes, esses não me atrevo porque me demravam horas e o meu tempo não é tanto assim.
De vez em quando também gosto de pousar os olhos no livro de leitura da primária do tempo dos meus avós. Como vê sou louca por livros velhinhos.
Beijinhos
Milai
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